quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Sopa de abóbora assada com leite de coco para esta 'quinzena'

Fazer parte dos grupos que se vão criando no Facebook em termos culinários tem sido uma experiência muito gratificante. Há a partilha, o bom ambiente nos que faço parte, e o desafio da aventura. Um chef novo, uma receita, um prato nunca antes pensado. Nesta quinzena, o chef convidado para os Quinze dias com... foi a Lorraine Pascale. Gosto dos chefs ingleses, talvez o sentido de humor, o inglês, um maneira de ser sempre peculiar, mas nunca tinha prestado muita atenção a esta chef. Foi portanto mais um desafio e uma forma de se conhecer melhor outra 'cozinha'. Andei indecisa muito tempo com a receita. Cheguei à conclusão de sempre: falta-me um livro dela mas hoje como queria fazer sopa para o jantar optei por esta receita. Ainda bem que o fiz. É deliciosa, cheia de sabor e com um toque muito especial. Ainda está morna, são servidos?

Sopa de abóbora assada com leite de coco

Ingredientes
500g de abóbora
1 courgette pequena ou meia grande
1 cebolinha
2 dentes de alho grandes
1 cebola
1 cubo de galinha
Sal
Pimenta preta
Azeite
Coentros
Malagueta em flocos
Leite de coco

Confecção
Pré-aquecer o forno a 200º.
Cortar a abóbora e a courgette em pedaços pequenos, a cebolinha em rodelas e o alho. Colocar numa frigideira larga ou num tabuleiro. Regar com um fio de azeite . Polvilhar com sal e pimenta preta e levar ao forno. Assar cerca de 35 minutos. Entretanto, num tacho, deitar a cebola cortada em rodelas e deixar caramelizar com um fio de azeite. Quando a cebola ganhar cor, deitar a mistura dos legumes assados, juntar um pouco de água e o caldo de galinha, mexer e deixar levantar fervura. Cozinhar uns dez minutos e reduzir a puré com um liquidificador. Rectificar os temperos e juntar água a gosto, e deixar ferver apenas um pouco . Servir com coentros picados, a malagueta e o leite de coco.


Adaptei a receita original  ao meu tempo e gosto. Optei pela courgette para conferir mais cremosidade, cortei os legumes em vez de deixar assar a abóbora na casca por ser mais rápido e omiti a lima, porque não tinha em casa. O gengibre ficou de fora, como sempre, porque não gosto de todo. Valeu a pena. A sopa fica muito boa não só por a abóbora ser assada mas por causa dos coentros, malagueta e o leite de coco. A repetir sem qualquer dúvida.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Bolo de natas ácidas com laranja e canela

Abro o frigorífico e lá estão elas. Não sei muito bem para que as terei comprado mas, espreitando o prazo de validade, sei que estão nas últimas. Mais uns dias e zás,  entregarão a alma ao criador. Desde que deixaram de ser úteis para o fim para o qual as terei comprado que me desafiam de dentro do frigorífico e, por mais voltas que dê, penso sempre no mesmo. Na minha bíblia de bolos, o Cake da Rachel Allen cruzei-me um dia com um bolo de natas ácidas e laranja, e elas, as que me olham do frigorífico, pedindo para ser utilizadas antes que estiquem o pernil, serviriam na perfeição para me aventurar. Assim foi. Com umas pequenas alterações, o resultado está à vista. Ainda bem que ouvi as súplicas de dentro do frigorífico. 

Bolo de natas ácidas com laranja e canela

Ingredientes
150g de manteiga
200g de açúcar amarelo
250 g de farinha
200 ml de natas ácidas
2 ovos grandes
1 colheres de chá de fermento
Sumo de meia laranja grande
Raspa de duas laranjas
Meia colher de chá de canela em pó

Confecção
Pré-aquecer o forno a 180º.

Bater a manteiga à temperatura ambiente com o açúcar até ficar um creme leve. Adicionar os ovos um a um, batendo a cada adição. Juntar a raspa e sumo da laranja e as natas ácidas. Envolver a farinha com o fermento e a canela. Deitar numa forma muito bem untada e levar ao forno entre 40 a 50 minutos. Deixar repousar 5 minutos e desenformar. Depois de frio, decorar a gosto. Usei um stencil para bolos e polvilhei com canela em pó.


Este é o tipo de bolo que farei mais vezes, daqueles que se comem ao lanche com uma bela chávena de chá. A textura é perfeita, macia e fofa, parece que se vai desfazer.


sábado, 4 de outubro de 2014

O derradeiro adeus ao Verão numa tarte de nectarinas

Olho pela janela e vejo uma neblina fininha que se entrepõe entre os sonhos que alimento deste lado e o mar distante que às vezes me chama, a tarja de mar azul ou prateado de que tanto falo por aqui. A luz diz-me que algo muda lentamente. Mesmo estando calor, há uma luz diferente, mais difusa e menos intensa, um spray que se esbate em gotículas ínfimas quando o fim do dia se aproxima. É Outono e não há como fugir dele. Vem aí o tempo de recolhimento, de dias menos longos, dias de nos encerrarmos em sonhos que florescerão nos dias longos e quentes de Estio, um abraço longo de aromas quentes e reconfortantes. Vêm aí as castanhas, os marmelos, as pêras e maças substituem os pêssegos, as ameixas. É tempo de doce de abóbora, as sopas regressam e a temperatura chama pelos guisados e pratos de cozedura lenta. O tempo muda e com ele talvez nós também.

Tarte de nectarinas

Ingredientes
1 base rectangular de massa folhada
2 colheres de sopa de miolo de amêndoa picado
2 colheres de sopa de açúcar
Nectarinas a gosto
Arandos secos
Mel a gosto

Preparação
Pré-aquecer o forno a 200º. Lavar as nectarinas e cortar em fatias finas com a casca. Reservar.
Abrir a massa folhada e recortar uma tira de dois centímetros em toda a volta. Pincelar os bordos do rectângulo da massa com água e colocar a tira que se recortou por cima, ajustando para fazer uma moldura. Deitar por cima a amêndoa e o açúcar misturados e, por fim, colocar os pêssegos e os arandos. Pincelar com mel. Levar ao forno até ficar dourado e a fruta cozinhada.

Esta tarte é de fácil confecção e pouco calórica, boa para aqueles dias em que nos apetece uma sobremesa sem cometer grandes pecados. Aproveitem as últimas nectarinas. Em breve estaremos confinados à monotonia de maçãs e pêras. 




Esta receita é um misto de Hairy Dieters com Donna Hay. Sempre achei que se nos misturássemos éramos mais interessantes. O resultado está à vista.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Bacalhau caribenho a duas mãos e uma pendura para o Dia Um

Quem gosta de cozinhar começa geralmente por contar como fez e como fazer. Usa-se e abusa-se da primeira pessoa do singular. Eu, eu e eu. Eu fiz, eu disse, eu bati, eu mexi, eu amassei, eu provei, eu tudo. Desta vez a história é diferente e se a contasse exactamente como foi teria de usar a terceira pessoa: ele. Os caminhos mais ou menos longos servem para descobrirmos talentos escondidos, partilharmos prazeres e cozinhar uns para os outros, um para o outro. Ao contrário do que acontece habitualmente não sou eu que cozinho, cozinham para mim. Ele.
“O amor é uma companhia. Já não sei andar sozinho pelos campos” – Alberto Caeiro.

Bacalhau Caribenho

Ingredientes
1 embalagem de bacalhau do Pacífico desfiado
2 cebolas
4 dentes de alho
1 pimento + metade de cores diferentes
1 pimento padrón sem grainhas
2 tomates médios muitos maduros em cubos
1 colher de chá de caril
1 colher de sopa de mostarda
2 colheres de sopa de vinagre
Malagueta a gosto
Tomilho
Pimenta preta acabada de moer
Azeite

Preparação
Pôr o bacalhau de molho de véspera e ir mudando a água.
Numa frigideira larga, deitar um fio de azeite e adicionar a cebola em rodelas. Quando a cebola começar a murchar, juntar o alho em fatias finas. Cozinhar uns cinco minutos até a cebola começar a ganhar cor mas sem deixar que frite. Adicionar o tomate em cubos, um pouco de água e continuar no lume uns cinco minutos até que o tomate comece a misturar-se com a cebola. Juntar o pimento em tiras, os pimentos padrón e o bacalhau demolhado. Rectificar o tempero e adicionar a mostarda, o vinagre e a malagueta a gosto. Deixar ferver 15 a 20 minutos em lume brando. Deitar um pouco de água, caso seja necessário. Acrescentar então o cebolinho picado, o caril, a pimenta preta e sal caso seja necessário. Deixar apurar.

Servir com batata doce  ou branca cozida no próprio bacalhau ou à parte.


Descobrimos esta receita num programa televisivo e desde então tornou-se um prato preferido cá em casa. O meu papel é apenas de apoio, ajuda, rectificação de temperos, cortar legumes e outras ninharias. Que bom que é quando cozinham para nós.

Depois de uns meses de ausência, regressei ao Dia Um... Na Cozinha, nesta edição de Outubro dedicada ao fiel amigo.