quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Uma espécie de blinis que também podem ser pikelets

Quando se decide dar uma saltadinha a uma das cidades mais caras do mundo, o local de pernoita é muito importante e obedece aos critérios impostos pelo orçamento disponível. A escolha recaiu sobre um dos edifícios históricos, construído para as Olimpíadas de 1980. De construção imponente como todas as que vêm daquele lado do mundo, o complexo hoteleiro dividia-se por três enormes torres construídas para impressionar o mundo capitalista em plena guerra fria. O primeiro embate, que isto de choque cultural está em todo o lado, foi quando na recepção fomos recebidos com a proverbial antipatia moscovita e uma dificuldade imensa em comunicarmos em inglês, obstáculo que se estenderia ao longo dos dias em Moscovo e que seria também acompanhada por uma rudeza no trato que não encontrei em mais lado nenhum do mundo. Os pequenos-almoços eram povoados por muitos turistas nacionais e a mais importante refeição do dia era opípara e farta, composta de muitas saladas e legumes. Comiam, ó se comiam. E o que comiam? Pepino e pimentos às rodelas, todo o tipo de legumes crus e saladas. Nada contra a diversidade mas a ideia de comer pepino ao pequeno-almoço não colhe adeptos por estas paragens e a ideia do frio e peso do pepino logo pela fresca a ocupar-me o estômago causa-me alguns engulhos. Mas, como em todos os lugares, há sempre algo que nos deixa saudades: blinis. Eram comidos de várias maneiras, mas eu não os dispensava com um molho espesso de frutos vermelhos e natas ácidas a acompanhar. Uma delícia.
E esta conversa toda surgiu porque a ideia dos blinis voltou quando precisei de uma alternativa para as tostas. Eu explico: tostas com queijo creme e salmão fumado são uma das minhas entradas preferidas. Contudo, passada uma hora as tostas ficavam moles e empapadas e não gosto de nada que seja mole, raramente como açorda e ensopados também não fazem parte das minhas preferências. Para obstar a esta pecha fui dando voltas pelos livros de culinária e descobri esta receita num deles. Na minha cabeça são blinis e cá em casa conhecidos como tal, embora os ingredientes não sejam os mesmos, não de todo, mas a forma lembra-me sempre uma das delícias da cozinha russa. As variações são ao sabor da imaginação. Gosto deles de várias maneiras: com paté de atum, paté de delícias do mar, com presunto da Baviera em substituição do salmão. E gosto deles com uma boa companhia, iniciando o almoço de Domingo ou ao pôr de sol de Verão enquanto as brasas se acalentam para o grelhado de Estio.

Pikelets de cebolinho com salmão fumado

Ingredientes

Para os pikelets:
125 g de farinha com fermento
2 ovos
125 ml de leite
1 colher de sopa de natas ácidas
1 pitada de sal refinado
Cebolinho a gosto

Salmão fumado
Queijo creme com ervas aromáticas
Sumo e raspa de lima ou limão

Preparação
Juntar a farinha e o sal num recipiente e envolver. Fazer uma cova no centro e adicionar os ovos levemente batidos, o leite e as natas. Mexer tudo muito bem com uma vara de arames até ficar uma massa homogénea e sem grumos, mas não bater demasiado Por fim, juntar o cebolinho cortado com uma tesoura de ervas aromáticas e deixar descansar 15 minutos.
Aquecer uma frigideira, de preferência uma de crepes. Deitar um fio de óleo de girassol e retirar o excesso e enxugar com papel de cozinha. Com uma colher de sopa deitar pequenas porções da massa. Virar quando começar a borbulhar. Repetir até acabar a massa. Deixar arrefecer.

Abrir a embalagem de salmão fumado e regar o salmão com sumo de lima ou de limão em alternativa. Barrar cada pikelet com queijo creme com ervas aromáticas e pôr o salmão por cima. Polvilhar com raspa de lima. 


4 comentários:

São Ribeiro disse...

Nunca comi mas tenho a certeza que ia gostar.
Ficaram uma tentação ,eu adoro salmão fumado.
bj

Leonor disse...

São tão fáceis de fazer, São.
Beijinho

Maria disse...

Gostei tanto Leonor! Ficam crocantes? Vou fazer de certezinha. Obrigada pela receita. Beijinho da Maria

Leonor disse...

Obrigada :)
Não, não ficam crocantes. Ficam macios como se fossem pequenas panquecas. Um destes dias substituí o leite por buttermilk que tinha cá em casa e precisava de usar e omiti as natas. Ficaram ainda melhores. O buttermilk no Aldi foi uma grande descoberta. Não tem nada a ver com aquele caseiro.
Beijinhos